sábado, 7 de maio de 2011

Como se fosse o último...

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último para dizer “obrigada”. O último para dizer “me desculpa”. O último para dizer “eu te amo”. O último para abraçar cada pessoa amada com aquele abraço bom que faz um coração cantar para o outro. O último para apreciar a vida com o entusiasmo que não guarda nenhuma delícia nem ternura pra depois. O último para fazer as pazes. Para desfazer enganos. Para saborear com calma, como se me servissem um banquete, a preciosidade genuína que cada único respiro humano representa.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último pra esquecer tolices. O último para ignorar o que, no fim das contas, não tem a menor importância. O último para rir até o coração dançar. O último para chorar toda dor que não transbordou e virou nódoa no tecido da vida. O último para deixar o coração aprontar todas as artes que quiser. O último para ser útil em toda circunstância que me for possível. O último para não deixar o tempo escoar inutilmente entre os dedos das horas.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último para me maravilhar diante de cada expressão da natureza com o olhar demorado de quem olha pela primeira vez. O último para ouvir aquela música que acende sóis por toda a extensão da minha alma. O último para ler, de novo, o poema que diz tanto de mim que eu me sinto caber nos olhos do poeta que o escreveu. O último para desembaraçar os fios emaranhados dos medos que me acompanham.


Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. Eu não perderia uma chance para me presentear com os agrados que me nutrem. Eu criaria mais oportunidades para dizer o meu amor. Para expressar a minha admiração. Para destacar para cada pessoa a beleza singular que ela tem. Para compartilhar. Eu não adiaria delicadezas. Não pouparia compreensão. Não desperdiçaria energia com perigos imaginários e com uma série de bobagens que só me afastam da vida.



Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último, porque pode ser.


4 comentários:

  1. Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último, porque não desperdiçaria a oportunidade de agradecer por tão bela mensagem e por tantos momentos de reflexão profundos que constantemente me dá...

    OBRIGADA

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  2. Como? Mas não fui eu que produzi este texto ?
    Peço perdão a quem o escreveu...
    Não fui eu...mas ...enquanto o ia lendo,sentia que aquelas palavras me pertenciam...Pura ilusão!!!Há seres muito bonitos...tão bonitos que escrevem textos com esta beleza,levando-nos a "roubá-los",sem o querermos fazer...
    Mil vezes obrigada!!!!!!!!!!
    Abraço no coração...na alma...no espírito...na mente...
    eu simplesmente

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  3. Sopros do Céu e Anónimo:
    Muitíssimo Obrigada pelos Vossos Maravilhosos Comentários.
    Ana Jácomo escreve realmente textos lindos que nos apetece fazê-los nossos...
    E repito:
    "Quem dera eu aprenda a viver cada dia como se fosse o último"...e porque pode ser o último eu torno a repetir OBRIGADA e "roubo" para vos dar também Abraços no coração...na alma..no espírito...na mente...
    semprEu

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